O jogo MadWorld

Desde que o Wii chegou às lojas, alimentou a fama de que somente comportaria jogos casuais, perfeito para a família, sem muita violência, sempre preocupado com o bem-estar do jogador. Se por um lado essa imagem popularizou o console e atingiu novos públicos, também se revelou uma faca de dois gumes, afastando os jogadores ditos "maduros" e "hardcore". Mas um jogo em específico foi criado para “derrubar” essa fama do console.

O jogo é MadWorld, desenvolvido pela Platinum Games, e chega manchando a tela com muito sangue e muita pancadaria. O game se passa na cidade fictícia de Varrigan City, que atualmente encontra-se em estado caótico devido ao ataque de um grupo terrorista que libera um terrível vírus no ar e mantém a cidade em quarentena. Para sobreviver é preciso participar de uma espécie de Reality Show chamado Death Watch, que consiste em matar os outros participantes e pegar o antídoto.

Não é a história mais profunda que já vimos em um videogame mas não é esse o objetivo do jogo. Em MadWorld controlamos Jack, um brutamontes de voz grossa que é patrocinado pelo misterioso XII.

Diferente de muitos jogos de Wii que são bem coloridos, MadWorld é inteiro em preto e branco, aparentemente inspirado nas HQs de Frank Miller, autor de Sin City. A única coisa que esbanja cor no jogo é o sangue dos inimigos que jorram quando são cortados pela serra elétrica acoplada na mão direita de Jack, por seus socos poderosos ou objetos do cenário que Jack pode usar como arma.

Os gráficos são em 2D, mas com a jogabilidade em 3D. Mesmo não dispondo de muitas cores, os cenários e personagens são bem detalhados e bem desenhados.

O HUD - os elementos de informação na tela - do jogo é simples e eficiente. Para encontrar os inimigos, o jogador segue um GPS no canto inferior esquerdo da tela, onde a seta amarela é Jack, os pontos vermelhos são os inimigos e um ponto amarelo é seu destino. Além do GPS também temos a barra de Health, que pode ser recarregada com comprimidos encontrados nos cenários, e a barra de utilização da serra elétrica, que se recarrega sozinha. Em cima destes, a sua pontuação, e embaixo suas vidas. MadWorld não esconde seu estilo arcade.

Os controles do jogo não são muito complicados, tornando a carnificina muito fácil. Jack soca e agarra os inimigos com o botão A, ataca com a serra elétrica segurando o botão B e fazendo os movimentos com o Wiimote dá para cortá-los ao meio, desviar com um leve movimento do Nunchuck, entre outros. Os movimentos de Jack fluem naturalmente, a locomoção do personagem é ótima. A única coisa que deixa a desejar são os pulos. Dá a impressão que Jack está flutuando. O grandalhão não pula muito alto, ele sempre tem que segurar-se na beirada de alguma caixa ou carro para superar os obstáculos.

O sistema de pontuação depende do jeito que o inimigo é morto: eliminar inimigos com simples socos e a serra ou utilizar itens espalhados pelo cenário como pneus, placas de sinalizações, longos espinhos acoplados nas paredes, e muitos outros. Quanto mais violenta a execução, mais pontos o jogador conquista, e dependendo dessa pontuação, aparece um chefe ou você participa de Blood Bath Challenges - "Desafio do Banho de Sangue", como o nome sugere, um minigame bem sangrento. Não há opção de multiplayer cooperativo mas dois jogadores disputam o melhor placar em Blood Bath Challenges, que consistem em destroçar os competidores, seja em trens cobertos de espinhos ou em enormes turbinas.

Se você torcia o nariz ao ouvir sobre o Wii, vale a pena conferir esse game que é considerado a "ovelha negra" do console. Muita violência gratuita, palavrões liberados e sangue. MadWorld chegou para acabar com todos os estereótipos. Felizmente, já estão circulando rumores de uma sequência para o jogo.

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