Submarino francês busca caixa-preta do voo 447

O submarino nuclear francês Emeraude, dotado de sonares ultrassensíveis, deve chegar terça-feira (9) ao local onde ocorrem as buscas ao Airbus da Air France que fazia o voo 447 e caiu no oceano Atlântico no último dia 31.

A missão do submarino será localizar as duas caixas-pretas, que, provavelmente, estão no fundo do oceano, a 5.000 metros de profundidade.

Uma das caixas-pretas registra os dados do voo, e a outra grava as conversas da cabine de pilotagem. Essenciais para determinar com precisão as causas do acidente do avião, elas emitem um sinal durante um mês, numa profundidade máxima de 6.000 metros.

Equipes da Marinha e da Aeronáutica mantêm as buscas às vítimas e aos destroços da aeronave. Entre o material já localizado estão peças consideradas importantes. Em entrevista na manhã de hoje, o porta-voz da Aeronáutica, tenente-coronel Henry Munhoz, apresentou fotos que mostram uma lancha da Marinha brasileira se preparando para rebocar o estabilizador do avião, com formato de trapézio e as listras azuis, brancas e vermelhas do logotipo da Air France.

O Airbus da companhia aérea ia do Rio para Paris e transportava 228 pessoas --12 tripulantes e 216 passageiros. Desde sábado, 16 corpos foram localizados. Eles foram colocados em uma embarcação da Marinha, que deve chegar a Fernando de Noronha amanhã. No local, peritos farão uma análise inicial dos corpos, que seguirão para identificação em Recife.

Caso seja necessária a identificação por meio de DNA, a PF (Polícia Federal) auxiliará os trabalhos. As investigações sobre o acidente ficam sob responsabilidade da França.

Buscas

Assentos, máscaras de oxigênio e objetos pessoais, como uma mochila e uma maleta, já foram recolhidos do oceano, assim como diversas peças do Airbus.

Enquanto as equipes mantêm as buscas a corpos, um avião-radar R-99 realiza varreduras para tentar identificar outros focos de destroços do Airbus.

A operação de busca conta com 14 aeronaves --12 da FAB (Força Aérea Brasileira) e duas da França--, cinco navios da Marinha do Brasil e uma fragata da Marinha da França.

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

Os primeiros elementos da investigação em Paris se concentraram nos captores de velocidade, sem que tenha sido possível estabelecer uma ligação entre estes problemas, já detectados em vários Airbus A330, e a tragédia com o voo Rio-Paris.

Esforço

Em seu programa semanal de rádio "Café com Presidente", Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o Brasil vai manter o esforço para localizar todos os ocupantes do Airbus da Air France.

"Por isso, nós vamos fazer todo o esforço que estiver ao nosso alcance, com a Aeronáutica, com a Marinha, para encontrarmos, sabe, tudo que foi possível encontrar. E, principalmente, os corpos, porque, nesse momento de dor, não vai resolver o problema, mas já é um conforto imenso para a família, sabe, saber que está enterrando o seu ente querido", disse.

As buscas a vítimas e a destroços do avião prosseguem nesta segunda. Os corpos localizados seguem para Fernando de Noronha e, depois, serão levados para identificação em Recife. A expectativa é que os primeiros corpos cheguem na terça-feira (9).

A busca e o resgate das vítimas é responsabilidade das Forças Armadas brasileiras, e a investigação das causas do acidente compete a autoridades francesas.

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Fonte: folha.uol.com.br

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